
Segundo pesquisa, fatores ambientais explicaram 17% da variação no risco de morte, em comparação com menos de 2% explicados pela predisposição genética.
Embora a genética possa deixar o indivíduo mais suscetível a certas doenças, estudos mostram que o estilo de vida tem um impacto maior na saúde geral. A maioria das doenças crônicas são atribuíveis a fatores relacionados ao estilo de vida. Portanto, adotar um estilo de vida saudável pode compensar em grande medida a predisposição genética e melhorar significativamente a saúde.
O trabalho, liderado por pesquisadores da Oxford Population Health, foi publicado na quarta-feira (19) na revista médica Nature Medicine.
O estudo foi feito usando dados de quase meio milhão de participantes do UK Biobank, um grande banco de dados biológicos de longo prazo feito no Reino Unido. Os pesquisadores avaliaram a influência de 164 fatores ambientais e pontuações de risco genético para 22 doenças comuns no envelhecimento, além de doenças relacionadas à idade e à morte prematura.
Segundo o estudo, fatores ambientais (incluindo o estilo de vida) explicaram 17% da variação no risco de morte, em comparação com menos de 2% explicados pela predisposição genética. Dos 24 fatores ambientais identificados, o tabagismo, status socioeconômico, atividade física e as condições de vida tiveram maior impacto na mortalidade e no envelhecimento biológico.
Os pesquisadores identificaram que doenças como as do coração, pulmão e fígado são mais afetadas por fatores ambientais, enquanto a predisposição genética continua a ser um fator predominante em casos de demência e câncer de mama. Esses achados destacam a importância de considerar o ambiente ao discutir saúde pública e estratégias de prevenção.
Os resultados indicam que, embora cada fator ambiental possa ter um impacto individual relativamente pequeno, o efeito cumulativo ao longo da vida é significativo. Isso sugere que intervenções que abordem múltiplos fatores simultaneamente podem ser mais eficazes na promoção da saúde e na prevenção de doenças.
O estudo enfatiza a necessidade de políticas de saúde pública que considerem esses fatores modificáveis. Ao implementar estratégias que incentivem estilos de vida saudáveis e melhorem as condições socioeconômicas, é possível reduzir significativamente o risco de doenças crônicas e aumentar a expectativa de vida.
“Nossa pesquisa demonstra o profundo impacto na saúde das exposições que podem ser alteradas por indivíduos ou por meio de políticas para melhorar as condições socioeconômicas, reduzir o tabagismo ou promover a atividade física”, afirma Cornelia van Duijn, professora de epidemiologia da St. Cross na Oxford Population Health e autora sênior do artigo.
Em conclusão, a pesquisa sublinha a importância de um enfoque holístico na saúde, que vá além da genética e considere o ambiente como um fator crucial. Isso pode levar a melhorias significativas na saúde pública e na qualidade de vida das populações, especialmente à medida que envelhecem.
É importante lembrar que cada indivíduo é único, e a influência da genética e do estilo de vida pode variar. É recomendado buscar orientação médica para entender melhor os riscos genéticos e adotar um estilo de vida saudável que atenda às necessidades individuais.
Fonte: CNN Brasil e Istoé.
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